Patrícia França Fã Clube

sexta-feira, 5 de março de 2010

Patrícia França fala sobre a sua carreira na televisão


Patrícia França é uma atriz de sorte. Estreou na tevê, em 1992, emprestando seu natural sotaque nordestino, a vasta cabeleira ondulada e a pele morena a Teresa Batista, na minissérie homônima, adaptada da obra de Jorge Amado. Em um meio em que atores são facilmente classificados para papéis de um mesmo tipo, escapou disso. No ano seguinte, já era a mocinha moderna de Sonho meu. Depois fez papeis sensuais, vilãs, como a Rosa de A escrava Isaura, e mulheres duronas, caso da policial Diana de Prova de amor. Atualmente, ela tem se permitido mostrar sua fragilidade. Não só na tela, como na vida. Grávida de três meses, a atriz apresenta uma postura mais terna ao analisar as atitudes da Nina de Poder paralelo, uma relações públicas envolvida com um rapaz muito mais novo, Pedro (Guilherme Boury). Provavelmente, a personagem mais doce de toda sua carreira. De tanto viver papéis fortes, Patrícia confessa que precisava evitar interpretar mulheres tão duronas para vasculhar um pouco a fragilidade camuflada em 17 anos na tevê.

Como tem sido a experiência de mudar de perfil?
A Nina tem me dado a sensação de tirar folga, de me permitir fazer esse tipo mais frágil. É engraçado, porque é contrastante. Por ela contracenar com um garoto, eu deveria estar fazendo uma mulher mais altiva, forte, e está sendo o contrário. Acho sempre bom esse caminho contraditório, pouco óbvio. Às vezes, o (diretor) Ignácio Coqueiro me cobra uma voz mais grave, mais forte, mas estou confortável nessa forma doce.

Quando soube que Poder paralelo era uma novela sobre a máfia, não deu vontade de fazer uma personagem de ação?
Muita (risos). Adorava fazer uma policial em Prova de amor. Sabe que já desconfiei que no passado a Nina era da máfia? Acho que essa história do ex-marido dela tem a ver com isso também. Questiono se ela já teve, de fato, um pé na bandidagem. Enfraqueceria o romance com o Pedro, mas seria muito rico para mim.

Que referências usou para compor a personagem?
Uma foi o filme Verão de 42, de Robert Mulligan. Assistimos por indicação do Ignácio (Coqueiro). A relação dos protagonistas, com grande diferença de idade, é de amor verdadeiro, parecida com a da Nina e do Pedro. Mas, na novela, a sintonia dos dois é maior, existe a mesma entrega, mas a Nina tem muitos problemas. Ela é muito só, conflituosa, tem um passado pesado.

Várias cenas da novela foram cortadas. Como reagiu a essas intervenções?
Sofri porque gravei uma cena que contava, de fato, a história dos dois, era importante demais. Foi quando o Pedro perdeu a virgindade com a Nina. Essa cena foi vetada. Não só o sexo em si, que pode até ficar subentendido, mas o próprio texto foi modificado. Senti um baque como todos os outros atores devem ter sentido. Foi frustrante, mas é um processo.

Por que nunca fez comédia na tevê?
Nunca fiz, mas me identifico e adoraria fazer. Preciso elaborar um projeto de comédia. Descobri que sou engraçada fazendo a Rosa. Quando você descobre que pode rir de si mesma e quando não leva mais a vida tão a sério, é sinal de maturidade. Demorou para eu aprender isso.

Fonte:correiobraziliense.com

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