RIO - Patrícia França sentiu um certo receio quando recebeu o convite do autor Lauro César Muniz para interpretar Nina, coadjuvante de "Poder paralelo": o de "ficar meio esquecida" na trama. Apesar de não estar no centro nervoso da novela policial da Record, a atriz conseguiu se destacar como a relações públicas perseguida por um ex-marido violento. Ela ainda se envolve com um garoto (papel de Guilherme Boury) que tem metade da sua idade.
- O pânico de fazer um personagem paralelo é ficar ali, meio esquecida. Eu disse para o Lauro: "o papel é pequeno, né? Mas cuida bem dela". E ele está cuidando. Estou usando o que poderia ser uma frustração (um personagem coadjuvante), a meu favor. Como não gravo tanto, posso imprimir mais qualidade ao meu trabalho - explica a atriz pernambucana, de 37 anos, que demonstrou franqueza durante toda a conversa com a Revista da TV, num quiosque da Lagoa.
Lançada aos 19 anos na TV como protagonista da minissérie "Tereza Batista", da Globo, Patrícia classifica o trabalho no vídeo como algo delicado.
.- É muito frustrante o processo televisivo de um modo geral. Tudo é muito rápido e você tem um tempo muito curto para dissecar o texto - relata a atriz, que teve uma sequência fundamental em "Poder paralelo" censurada pela direção da Record. - A cena em que Pedro (papel de Boury) perde a virgindade com a Nina foi toda retalhada. Cortar o ato sexual, tudo bem! O problema foi terem cortado as falas da cena, que ficou comprometida. O público percebeu.
Mais do que mostrar a relação de uma mulher madura com um adolescente, Patrícia acredita que uma das sacadas da trama de Nina foi a abordagem de um assunto que ela considera pouco explorado na dramaturgia: a virgindade masculina. A atriz, que fez a cena na íntegra - ela afirma que sequer ficou nua na gravação -, diz ter ficado chocada ao assistir o resultado no vídeo:
- A cena era importantíssima. Não era um fetiche de um rapaz mais novo. Era um cara querendo presentear a mulher que ele ama com sua virgindade. Rola um preconceito enorme com esse assunto. O homem tem sempre que ser o pegador, o garanhão. Não precisa ser assim - defende. - Fiquei triste, chateada com os cortes. Mas não sofri muito. Sinceramente, estou procurando fazer o meu, com os meus colegas, e não sofrer.
Apesar de toda polêmica que envolveu os bastidores da novela, a bem humorada atriz garante estar satisfeita com a personagem e é só elogios ao texto do autor.
- Já tinha feito uma novela dele na Globo, "Sonho meu" (escrita por Marcílio Moraes e supervisionada por Muniz).
Exibida em 1993, a trama foi protagonizada por Patrícia, que ganhou o papel depois do sucesso da primeira fase de "Renascer", em que vivia Maria Santa.
- É o personagem que mais gostei de fazer na Globo. Fiz o teste para ser a Mariana (papel que ficou com Adriana Esteves), mas falei que queria a Santinha.
A estreia como Tereza Batista foi outro trabalho marcante.
- Mas eu não tinha muita noção do que aquilo representava - afirma a atriz, que encarou até cenas de nu frontal na minissérie. - Odiava ter que ficar nua. Não adiantava nada o povo falar que eu tinha uma bunda bonita. Fiquei mais deprimida ainda ao descobrir que poderia ter tido uma dublê para as cenas - diverte-se a atriz. - Ok, apareci nua no horário nobre, mas estava amparada pelo texto de Jorge Amado - justifica Patrícia, que teve a oportunidade de cantar na minissérie e tem planos de usar a voz, agora, num musical sobre a vida Ângela Maria.
A experiência da estreia também ajudou a atriz a aprender a dizer não.
- Você tem que saber a hora de tirar a roupa. Em "Renascer" tinha uma cena de nu e cheguei para o Luiz (Fernando Carvalho, diretor) dizendo que não iria fazer. Depois ele concordou comigo. Tem uma hora em que o nu é necessário e tem outras em que é apelativo - defende a atriz, que está agora em sua quarta novela na Record.
A mudança aconteceu em 2004, quando Patrícia viveu a vilã Rosa na nova versão de "A escrava Isaura" - seu trabalho favorito na TV.
- Acredito muito em oportunidade. Que deu um medão de mudar, deu. Eu tinha 13 anos de TV Globo e sempre tive papéis maravilhosos lá. Mas era para ser dirigida pelo Herval Rossano, com um personagem ótimo. Eu não estava contratada naquele momento e nem considero que fiz uma troca.
Fonte: oglobo.com
- O pânico de fazer um personagem paralelo é ficar ali, meio esquecida. Eu disse para o Lauro: "o papel é pequeno, né? Mas cuida bem dela". E ele está cuidando. Estou usando o que poderia ser uma frustração (um personagem coadjuvante), a meu favor. Como não gravo tanto, posso imprimir mais qualidade ao meu trabalho - explica a atriz pernambucana, de 37 anos, que demonstrou franqueza durante toda a conversa com a Revista da TV, num quiosque da Lagoa.
Lançada aos 19 anos na TV como protagonista da minissérie "Tereza Batista", da Globo, Patrícia classifica o trabalho no vídeo como algo delicado.
.- É muito frustrante o processo televisivo de um modo geral. Tudo é muito rápido e você tem um tempo muito curto para dissecar o texto - relata a atriz, que teve uma sequência fundamental em "Poder paralelo" censurada pela direção da Record. - A cena em que Pedro (papel de Boury) perde a virgindade com a Nina foi toda retalhada. Cortar o ato sexual, tudo bem! O problema foi terem cortado as falas da cena, que ficou comprometida. O público percebeu.
Mais do que mostrar a relação de uma mulher madura com um adolescente, Patrícia acredita que uma das sacadas da trama de Nina foi a abordagem de um assunto que ela considera pouco explorado na dramaturgia: a virgindade masculina. A atriz, que fez a cena na íntegra - ela afirma que sequer ficou nua na gravação -, diz ter ficado chocada ao assistir o resultado no vídeo:
- A cena era importantíssima. Não era um fetiche de um rapaz mais novo. Era um cara querendo presentear a mulher que ele ama com sua virgindade. Rola um preconceito enorme com esse assunto. O homem tem sempre que ser o pegador, o garanhão. Não precisa ser assim - defende. - Fiquei triste, chateada com os cortes. Mas não sofri muito. Sinceramente, estou procurando fazer o meu, com os meus colegas, e não sofrer.
Apesar de toda polêmica que envolveu os bastidores da novela, a bem humorada atriz garante estar satisfeita com a personagem e é só elogios ao texto do autor.
- Já tinha feito uma novela dele na Globo, "Sonho meu" (escrita por Marcílio Moraes e supervisionada por Muniz).
Exibida em 1993, a trama foi protagonizada por Patrícia, que ganhou o papel depois do sucesso da primeira fase de "Renascer", em que vivia Maria Santa.
- É o personagem que mais gostei de fazer na Globo. Fiz o teste para ser a Mariana (papel que ficou com Adriana Esteves), mas falei que queria a Santinha.
A estreia como Tereza Batista foi outro trabalho marcante.
- Mas eu não tinha muita noção do que aquilo representava - afirma a atriz, que encarou até cenas de nu frontal na minissérie. - Odiava ter que ficar nua. Não adiantava nada o povo falar que eu tinha uma bunda bonita. Fiquei mais deprimida ainda ao descobrir que poderia ter tido uma dublê para as cenas - diverte-se a atriz. - Ok, apareci nua no horário nobre, mas estava amparada pelo texto de Jorge Amado - justifica Patrícia, que teve a oportunidade de cantar na minissérie e tem planos de usar a voz, agora, num musical sobre a vida Ângela Maria.
A experiência da estreia também ajudou a atriz a aprender a dizer não.
- Você tem que saber a hora de tirar a roupa. Em "Renascer" tinha uma cena de nu e cheguei para o Luiz (Fernando Carvalho, diretor) dizendo que não iria fazer. Depois ele concordou comigo. Tem uma hora em que o nu é necessário e tem outras em que é apelativo - defende a atriz, que está agora em sua quarta novela na Record.
A mudança aconteceu em 2004, quando Patrícia viveu a vilã Rosa na nova versão de "A escrava Isaura" - seu trabalho favorito na TV.
- Acredito muito em oportunidade. Que deu um medão de mudar, deu. Eu tinha 13 anos de TV Globo e sempre tive papéis maravilhosos lá. Mas era para ser dirigida pelo Herval Rossano, com um personagem ótimo. Eu não estava contratada naquele momento e nem considero que fiz uma troca.
Fonte: oglobo.com
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